quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Como agem os agentes inteligentes

 1 – Os agentes inteligentes pensam com um objetivo em mente, tendo em conta uma finalidade ou propósito, e de tal modo que se utilizam de padrões complexos os quais visam desempenhar uma função específica (complexa ou especificada).

2 - Os agentes inteligentes podem infundir rapidamente grandes quantidades de informação nos sistemas, tendo em vista um plano pré-estabelecido.

3 – Os agentes inteligentes “reusam” componentes funcionais que operam uma e outra vez em diferentes sistemas, por exemplo, as rodas utilizadas nos automóveis que também se usam nos aviões.

Um fenômeno molecular


Por: Michael Behe
Livro: “A Caixa preta de Darwin: o desafio da bioquímica à teoria da evolução”. Editora  Jorge Zahar Editor, 1997 (Prefácio).

“É lugar-comum, quase banal, dizer que a ciência deu grandes passos na compreensão da natureza. As leis da física são agora tão bem conhecidas que sondas espaciais voam com precisão absoluta para fotografar mundos situados a bilhões de quilômetros da Terra. Computadores, telefones, luzes elétricas e incontáveis outros exemplos confirmam o domínio da ciência e da tecnologia sobre as forças da natureza. Vacinas e culturas agrícolas de alto rendimento venceram os antigos inimigos da humanidade, a doença e a fome — pelo menos em algumas partes do mundo. Quase todas as semanas, anúncios de descobertas na área da biologia molecular reforçam a esperança pela cura de doenças genéticas e de outras origens.

Ainda assim, compreender de que forma alguma coisa funciona não é a mesma coisa que compreender como ela surgiu. Os movimentos dos planetas no sistema solar, por exemplo, podem ser previstos com espantosa exatidão. A origem do sistema solar (saber como o Sol, os planetas e suas luas se formaram), contudo, ainda é controversa. A ciência provavelmente acabará por solucionar esse enigma. Ainda assim, permanece a questão de que compreender a origem de alguma coisa é diferente de entender como ela funciona no dia-a-dia.

O domínio da natureza pela ciência levou várias pessoas a supor que ela pode — na verdade, deve — explicar também a origem da natureza e da vida. A sugestão de Darwin, de que a vida pode ser explicada pela ação da seleção natural sobre a variação, tem sido aceita esmagadoramente há mais de um século nos círculos cultos, apesar dos mecanismos básicos da vida terem permanecido um completo mistério até poucas décadas atrás.

A ciência moderna aprendeu que, em última análise, a vida é um fenômeno molecular: todos os organismos são feitos de moléculas, que funcionam como porcas e parafusos, engrenagens e polias dos sistemas biológicos. Sem dúvida, há sistemas biológicos complexos (como a circulação sanguínea, por exemplo) que surgem em níveis mais altos; os detalhes comezinhos da vida, porém, constituem a função das biomoléculas. Por isso mesmo, a ciência da bioquímica, que as estuda, tem por missão a investigação dos próprios alicerces da vida.

Desde meados da década de 1950, a bioquímica tem elucidado laboriosamente o funcionamento da vida no nível molecular. Darwin desconhecia o motivo pelo qual ocorria a variação em uma espécie (um dos requisitos de sua teoria), mas a bioquímica identificou a base molecular do processo. A ciência do século XIX não podia sequer arriscar um palpite sobre os mecanismos da visão, da imunidade ou do movimento, ao passo que a bioquímica identificou as moléculas responsáveis por essas e por outras funções.

No passado pensava-se que a base da vida era extraordinariamente simples. Essa ideia foi demolida. Verificou-se que a visão, os movimentos e outras funções biológicas não são menos sofisticados do que câmeras de televisão e automóveis. Embora a ciência tenha feito enormes progressos na compreensão de como funciona a química da vida, a sofisticação e a complexidade dos sistemas biológicos no nível molecular paralisaram suas tentativas de explicar as origens dos mesmos. Não houve virtualmente tentativa alguma da ciência de explicar a origem de sistemas biomoleculares específicos, complexos, e muito menos qualquer progresso nesse sentido. Muitos cientistas afirmaram corajosamente que já têm tais explicações, ou que as terão mais cedo ou mais tarde, mas nenhum apoio para essas alegações pode ser encontrado na literatura científica. Mais importante ainda, há razões irresistíveis — baseadas na própria estrutura dos sistemas — para se pensar que uma explicação darwiniana dos mecanismos da vida será para sempre enganosa.


Evolução é uma palavra versátil. Pode ser usada por uma pessoa para explicar algo tão simples quanto uma mudança ao longo do tempo, e por outra para indicar a descendência de todas as formas de vida a partir de um ancestral comum, sem especificar o mecanismo de mudança. Em seu sentido mais conhecido, biológico, evolução significa um processo por meio do qual a vida surgiu de matéria não-viva e, mais tarde, desenvolveu-se inteiramente por meios naturais. Esse é o sentido que Darwin deu à palavra, e o mesmo que conserva na comunidade científica. E é a acepção em que usamos a palavra evolução em todo este livro.”

Perguntas e Respostas

Em resposta ao comentário de Mauro Cafundó de Morais, em uma postagem anterior:

COMENTÁRIO:
"Como uma teoria de origem biológica e de desenvolvimento, a afirmação central do DI é que somente causas inteligentes explicam adequadamente as estruturas biológicas de informação complexa e que essas causas são empiricamente detectáveis." Eu desconheço algum modelo que possa detectar empiricamente essas causas. A relação de causa-consequência para "estruturas biológicas de informação complexa" necessita de vários (pois estamos observando complexidade) modelos empíricos para ser estabelecida. E a afirmação central da DI é falsa dentro da ciência empírica pois nenhum dos modelos empíricos propostos até então consegue detectar a causa inteligente.

RESPOSTA:
Na verdade a proposta do Design Inteligente (TDI) não é exatamente detectar “a causa inteligente” (entendendo tal “causa” como uma força, pessoa, entidade, ser sobrenatural, etc.), mas detectar objetos (organismos) que apontam para um design (desenho) planejado. Pegue-se, por exemplo, os cílios. Sobre estes, indaga Behe: “Que componentes são necessários para que um cílio funcione? O seu movimento certamente exige microtúbulos. De outra maneira, não haveria filamentos para deslizar. Além disso, ele precisa de um motor, ou os microtúbulos do cílio permaneceriam duros e imóveis. Ele também precisa de conectores para empurrar os filamentos vizinhos, convertendo o movimento de deslizamento em movimento de curvatura e impedindo que a estrutura desmorone. Todas essas peças são necessárias para realizar uma única função: o movimento ciliar. Do mesmo modo que uma ratoeira não funciona a menos que todas as suas partes constituintes estejam presentes, o movimento ciliar simplesmente não existe na ausência de microtúbulos, conectores e motores. Podemos, por conseguinte, concluir que o cílio é de complexidade irredutível — uma enorme chave-inglesa jogada em sua presumida evolução gradual darwiniana.”

COMENTÁRIO:
“A biologia moderna é uma ciência de informação. A TDI apropriadamente formulada é uma teoria de informação. Dentro dessa teoria, a informação se torna um indicador confiável de causação inteligente bem como um objeto apropriado para investigação científica.”  Deve-se deixar claro que teoria da informação é diferente de ciência da informação. Dentro dessa teoria, a informação deve ser quantificada, e a TDI não quantifica a informação deixada por uma 'causa inteligente'.

RESPOSTA:
A TDI trabalha com informação funcional.  Se a informação funcional de um dado sistema exceder o princípio da significância, nesse caso uma agência de inteligência se faz necessária,  uma vez que processos naturais inconscientes não a podem produzir.  Tome-se, por exemplo, a Complexidade Especificada proposta por William Dembski, cuja essência é exatamente a informação, incorporando elementos como:  probabilidade e padrões.

COMENTÁRIO:
A hipótese do DI não se sustenta no meio acadêmico e científico, pois não propõe uma pergunta científica clara. O DI não se caracteriza com elementos científicos; como filosofia, aparenta ser uma doutrina; e como reforma educacional apenas no meio filosófico.

RESPOSTA:
Enézio de Almeida resume, a seguir, as razões porque a TDI pode perfeitamente ser enquadrada como ciência legítima.

Características lógico-metodológicas da TDI

A TDI é uma teoria científica que, assim como a teoria da evolução, investiga as causas de eventos particulares ocorridas no passado remoto. Stephen Jay Gould nomeou estas ciências como ciências históricas.

Ernst Mayr, considerado o “Darwin do século XX”, também afirmou ser a biologia evolucionista uma ciência histórica, sendo muito diferente das ciências exatas no seu quadro conceitual e na sua metodologia. Sendo uma ciência histórica, ela lida com fenômenos únicos como a extinção dos dinossauros, a origem dos seres humanos e das novidades evolutivas, a explicação de tendências e taxas evolutivas e a explicação da diversidade orgânica.

Mayr salientou que não há meio de explicar esses fenômenos com leis (como nas ciências exatas), e que os experimentos são geralmente inapropriados para responder as questões evolutivas. Sem esta plataforma heurística dura e segura, Mayr disse que a biologia histórica introduziu um notável e novo método heurístico: as narrativas históricas. As chamadas ‘just-so stories’.

Segundo a definição de ciência neo-positivista, demarcacionista reducionista de ciência de Leite, será que a biologia evolucionista qualificaria como ciência? Pense bem antes de responder. Uma ajuda: Leite afirmou que uma teoria somente é científica se tiver a capacidade de produzir afirmações sobre fenômenos que possam ser corroboradas ou negadas por fatos observáveis.

Como fazer isso com as ‘narrativas históricas’, se Mayr disse não haver leis evolutivas e nem como realizar experimentos sobre a extinção dos dinossauros e a origem dos seres humanos? Não temos como corroborar nem negar por fatos observáveis. Segundo a definição restrita de ciência de Leite, a biologia evolutiva não seria ciência. A maior ideia que a humanidade já teve não é uma ideia científica? Pereça tal pensamento!

3. As razões por que a TDI é uma teoria científica

Entre as diversas razões pelas quais a TDI é uma teoria científica, destacamos seis:

3.1 O caso da TDI é baseado em evidências empíricas

Ao contrário do afirmado pelos críticos, os teóricos da TDI elaboraram argumentos empíricos específicos para apoiá-la.

A. A descoberta da informação digital na célula.

B. Complexidade irredutível em máquinas e circuitos moleculares.

C. O padrão de surgimento dos principais grupos de organismos no registro fóssil (necessidade de grandes quantidades de informação genética).

D. O ajuste fino das leis e constantes da Física.

E. O ajuste fino de nosso ambiente terrestre.

F. O sistema de processamento de informação da célula.

3.2 Os proponentes da TDI usam métodos científicos estabelecidos

São dois os métodos sistemáticos de raciocínio científico que estabelecem os critérios para se determinar o design inteligente:

3.2.1 O método de múltiplas hipóteses competidoras

É o método utilizado para se determinar a melhor inferência que explique quando a evidência observada apóia uma hipótese.

A inferência de design inteligente é a melhor explicação para a origem da informação biológica. As atuais teorias da origem e evolução da vida não explicam esta origem.

3.2.2 O filtro explanatório de Dembski.

No livro The Design Inference, Dembski estabelece os critérios pelos quais sistemas com características de design inteligente podem ser identificados: tipos de padrões e assinaturas de probabilidades exibidas.

Baseado nesses critérios, Dembski desenvolveu um procedimento de avaliação comparativa: o filtro explanatório. O filtro explanatório guia a análise e o raciocínio sobre os objetos e artefatos naturais e ajuda os pesquisadores decidir entre três tipos de explicação: acaso, necessidade e design.

3.3 A TDI é uma teoria científica testável

Muitos cientistas e filósofos de ciência pensam que a capacidade de se sujeitar teorias a testes empíricos é um aspecto importante de qualquer método científico de pesquisa.

Ao contrário do afirmado pelos críticos, a TDI é testável em diversas maneiras interrelacionadas:

Como outras teorias científicas que explicam eventos do passado remoto, a TDI é testável comparando-se a sua capacidade explanatória com aquelas de teorias competidoras. Ex.: A TDI explica melhor a origem da informação biológica do que as atuais teorias da origem e evolução da vida.

A TDI é testada contra o nosso conhecimento da estrutura de causa e efeito do mundo. A experiência nos ensina que a única causa conhecida de informação especificada e digitalmente codificada é um agente inteligente.

A TDI foi submetida aqui a dois testes: da existência causal e da existência da causa.

Embora teorias científicas históricas tipicamente não façam predições que possam ser testadas em condições controladas de laboratórios, algumas vezes elas geram predições discriminadoras sobre o que alguém deve encontrar no mundo natural.

A TDI gerou um número dessas predições empíricas discriminadoras.

A. O tão chamado DNA lixo (o DNA que não codifica proteínas encontrado nos genomas de organismo unicelulares e plantas e animais multicelulares). A TDI prediz que a maioria das sequências não codificantes no genoma deve realizar alguma função biológica, mesmo que não dirija a síntese da proteína.

Em 1998, Dembski predisse que “em uma visão evolutiva, nós esperamos bastante DNA inútil. Se, por outro lado, os organismos exibem design, nós esperamos que o DNA, o tanto quanto possível, exiba função.”

A descoberta recente de que o DNA que não codifica proteínas realiza uma diversidade de funções biológicas importantes confirmou esta predição da TDI.

Algumas funções do DNA lixo:

1. Regula a replicação do DNA.

2. Regula a transcrição.

3. Marca os locais para reorganização programada de material genético.

4. Influencia o próprio dobramento e manutenção dos cromossomos.

5. Controla as interações dos cromossomos com a membrana nuclear (e matriz).

6. Controla, edita e encaixa o processamento do RNA.

7. Modula a tradução.

8. Regula o desenvolvimento embriológico.

9. Conserta o DNA.

10. Ajuda na imunodefesa ou combate de doenças.

Resumindo, as regiões não codificantes de proteínas do genoma funcionam bastante semelhantes como um sistema operacional de computador dirige o uso da informação contida em vários programas armazenados no computador.

3.4 O caso da TDI exemplifica o raciocínio histórico-científico

As ciências históricas (como a teoria da evolução de Darwin e a TDI) tentam reconstruir o passado e explicar a evidência presente referindo-se a causas passadas em vez de tentar classificar ou explicar as leis e propriedades inalteráveis da natureza.

Geralmente, elas se diferenciam pela referência de quatro critérios:

A. Um objetivo histórico distinto

As ciências históricas focalizam nas questões do tipo “O que aconteceu?” ou “O que causou o surgimento deste evento ou característica natural?” em vez de questões do tipo “Como a natureza geralmente opera ou funciona?” ou “O que causa a ocorrência deste fenômeno geral?”

A TDI tenta responder sobre o que causou o surgimento de certas características no mundo natural como, p. ex., a informação especificada digitalmente codificada presente na célula.

B. Uma forma de influência distinta

As ciências históricas usam inferências com uma forma lógica distinta.
Diferentemente das ciências não históricas (tipicamente inferem generalizações ou leis de fatos particulares (indução), as ciências históricas empregam a lógica abdutiva para inferir um evento passado de um fato ou pista presente.

Essas inferências também são chamadas de retroditivas. Stephen Jay Gould afirmou que o cientista histórico infere “a história a partir de seus resultados”.

A TDI infere uma causa passada inobservável (a ação ou agência criativa de uma mente) a partir de fatos ou pistas presentes no mundo natural: a informação complexa especificada do DNA, a complexidade irredutível de certos sistemas biológicos e o ajuste fino das leis e constantes da física.

C. Um tipo de explicações distinto

As ciências históricas oferecem explicações causais de eventos particulares e não descrições tipo leis ou teorias explicando porque certos tipos de fenômenos geralmente ocorrem. Nas explicações históricas, os eventos causais passados, e não as leis ou propriedades físicas gerais, é que realizam o trabalho de explicação.

A TDI oferece esta forma histórica distinta de explicação: invocamos a ação de um agente e concebemos aquele ato como um evento causal, mesmo que mental em vez de entidades puramente físicas.

Nós postulamos um evento passado causal (ou sequência de eventos) para explicar a origem da evidência ou pistas presente do mesmo modo que fazem as teorias de evolução química.

D. O uso do método de múltiplas hipóteses competidoras

Os cientistas históricos geralmente não testam as hipóteses conferindo a exatidão das predições que eles fazem sob condições controladas de laboratório. Antes, eles usam o método de múltiplas hipóteses competidoras para testar as hipóteses, comparando seu poder explanatório contra os de suas competidoras.

Resumindo, a TDI procura responder questões caracteristicamente históricas apoiando-se em inferências abdutivas/retroditivas, postulando eventos causais passados como explicações da evidência presente, e ela é testada indiretamente comparando-se seu poder explanatório com aquele de teorias competidoras.

3.5 A TDI aborda uma questão específica em biologia evolutiva

A TDI aborda a questão principal que tem sido parte da biologia histórica e evolutiva: Como surgiu a aparência de design nos sistemas vivos?

Tanto Darwin e biólogos evolutivos como Francisco Ayala, Richard Dawkins e Richard Lewontin reconhecem que os organismo biológicos parecem ter design intencional.

A aparência de design é considerada ilusória porque os darwinistas estão convencidos de que o mecanismo de seleção natural (e outros mecanismos evolutivos) agindo sobre variações aleatórias é capaz de explicar a aparência de design nas coisas bióticas.

A aparência de design em biologia é real ou ilusória? Há duas respostas possíveis para esta questão científica:

1. A resposta do darwinismo clássico: “A aparência de design na biologia não resulta de design verdadeiro.” Esta resposta tem sido considerada uma proposição científica.

2. A resposta da TDI: “A aparência de design na biologia resulta de design verdadeiro.”

A negação de uma proposição não a torna um tipo diferente de afirmação: a afirmação proposta pela TDI de que o design nas coisas bióticas é real, é uma resposta àquela proposição científica.

Se a primeira é científica, então a segunda também é.

3.6 A TDI é apoiada em literatura com revisão por pares

Os críticos e oponentes da TDI frequentemente afirmam que os seus teóricos e defensores nunca publicaram seus trabalhos em publicações científicas com revisão por pares. Por esta razão, a TDI não qualifica como teoria científica.

Vamos ouvir o outro lado? Estas são algumas dessas publicações com revisão por pares dos teóricos e proponentes da TDI:

1. Michael Behe, A Caixa Preta de Darwin, Rio de Janeiro, Zahar, 1997.

2. William Dembski, The Design Inference, Cambridge University Press, 1998.

3. Vide cinco artigos propondo a TDI no livro Darwinism, Design and Public Education, Lansing, Michigan State University Press, 2003. Stephen Meyer e John Angus Campbell, editores.

4. Vide quatro artigos defendendo as teses da TDI no livro Debating Design: from Darwin to DNA. Cambridge University Press, 2004. William Dembski e Michael Ruse, editores.

5. Vide lista das publicações de artigo sobre a TDI com revisão por pares publicada pelo Discovery Institute.

Quantos artigos são necessários para que uma idéia ou teoria seja considerada científica?

Um tribunal de justiça determina agora o que é científico ou não?

Os artigos propondo novas idéias ou teorias científicas geralmente são barrados pelo conselho editorial de publicações científicas. Geralmente a razão apresentada é que a idéia ou teoria nunca teve artigos científicos com revisão por pares publicados. Quando são publicados, os editores sofrem sanções. Vide o caso do biólogo evolucionista Richard Sternberg (dois doutorados em Biologia evolutiva) que perdeu o cargo no Smithsonian Institute.

Mesmo quando artigos sobre a TDI são publicados com revisão por pares, os críticos e oponentes dizem que a idéia de design é inerentemente acientífica.

A verdade de uma teoria não é determinada ou garantida pelo lugar ou procedimentos que se seguem à sua publicação.

Muitas teorias científicas importantes foram desenvolvidas e publicadas sem revisão por pares.

Embora o sistema de revisão por pares seja um procedimento útil e necessário para o avanço da ciência, ele também pode ser utilizado para a manutenção e conformação de uma ideologia, e assim resistir a novos insights teóricos.

A História da Ciência está repleta de exemplos de cientistas de renome que rejeitaram novas teorias que mais tarde se mostraram mais competentes em explicar a evidência do que as teorias paradigmáticas.

Assim sendo, não é surpreendente e nem provoca danos à TDI a rejeição atual de sua plausibilidade científica por cientistas e publicações científicas.



quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Algumas perguntas sobre o Tedeísmo (Design Inteligente)

1 – Existiu um planejador?
Dada as inúmeras evidências científicas, especialmente  no âmbito da biologia celular,  é perfeitamente possível aventar a possibilidade de um planejador, ainda que remoto, não obstante ser impossível detectá-lo cientificamente. Mas esta não é função  do tedeísmo, que finca suas bases exclusivamente no PLANO que se evidencia na natureza e nos seres vivos.  

2 – Quem foi este planejador?
Em seu conceituado livro “A Caixa Preta de Darwin”, o cientista Michael Behe esclarece que, para se deduzir que houve um plano não é preciso ter um candidato para o papel de planejador. Acrescentando que é possível chegar à conclusão de que um sistema foi planejado pelo simples exame  dele mesmo.

3 – Os tedeístas são religiosos?
Os tedeístas podem ser qualquer coisa: católicos, ateus, protestantes, agnósticos, maçons, budistas, céticos etc. A posição religiosa ou antirreligiosa de uma pessoa, em nada diz respeito aos conceitos defendidos pelo Tedeísmo. Algo semelhante se observa, também, no âmbito da Teoria da Evolução.  O fato de alguém atribuir a uma divindade o “pontapé inicial do processo evolutivo” não faz dessa teoria um preceito religioso. Dir-se-ia que a religião está para o Tedeísmo assim como o ateísmo está para o Darwinismo. Citemos ainda o exemplo de Stephen Hawking. O fato de não se ter provas conclusivas  acerca  de vida inteligente fora da Terra, não o impediu de lançar o seu ambicioso projeto “Breakthrough Listen”.

4 – O tedeísmo é de fato um conceito científico?
Sim. Está fincado basicamente em dois princípios científicos, a saber: 1) Complexidade Irredutível, sistema  formando por um conjunto de peças “cirurgicamente” conectadas entre si, cujo objetivo é cumprir uma função, de modo que, faltando uma dessas peças,  tal função não pode ser executada corretamente para o fim proposto; 2) Complexidade Especificada, em que ser  se tenta quantificar a inferência de planejamento em termos dos "recursos probabilísticos" de um sistema, por padrões tipo “cara-coroa”.

5 – O tedeísta pode acreditar na evolução?
Sim. Michael Behe, por exemplo, compartilha em alguns aspectos desse conceito, afirmando que não ver razões, por exemplo, para duvidar da  ascendência comum (que todos os organismos tiveram um mesmo ancestral). Ele realça, porém, que:  “Embora o mecanismo de Darwin — a ação da seleção natural sobre a variação — possa explicar muitas coisas, não acredito que explique a vida molecular” (ZAHAR, 1997).

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Simplificando a Complexidade Irredutível de Michael Behe

Como é sabido, a função da ratoeira é imobilizar o rato. Geralmente este equipamento é formado de alguns componentes básicos, tais como: uma tábua lisa de madeira que serve como plataforma; um martelo (precursor) de metal, cuja função é destruir o rato; uma mola com extremidades alongadas que faz pressão contra a tábua e o martelo quando a ratoeira é armada; uma trava sensível, que dispara quando nela é aplicada leve pressão; uma barra de metal ligada à trava e que prende o martelo quando a ratoeira é armada. Existem outros modelos. 

Ao explicar o mecanismo de Complexidade Irredutível, o cientista Michael Behe se utiliza da ratoeira como um exemplo simples mas muito pertinente de explicação. Conclui ele que, se não houvesse a base de madeira, tampouco haveria uma plataforma para nela prender os outros componentes. Se faltasse o martelo, o rato poderia dançar a noite inteira sobre a plataforma sem ficar preso à base de madeira. Se não houvesse mola, o martelo e a plataforma estariam frouxamente ligados e o roedor continuaria feliz da vida. Se não houvesse trava ou barra de metal, então a mola dispararia o martelo logo que a soltássemos e, para pegar o rato, teríamos que correr atrás dele, com a ratoeira aberta na mão.

Transpondo este exemplo para os sistemas biológicos, e tomando como modelo o flagelo bacteriano, Behe demonstra que essa maquinaria intrincada, incluindo um rotor (o elemento que imprime a rotação), motor molecular, um estator (o elemento estacionário), juntas de vedação, buchas e um eixo-motor exige a interação coordenada de pelo menos quarenta proteínas complexas (que formam o núcleo irredutível do flagelo bacteriano) e que a ausência de qualquer uma delas resultaria na perda completa da função do motor. Ele argumenta que o mecanismo darwinista enfrenta graves obstáculos em tentar explicar esses sistemas irredutivelmente complexos. 

Para Behe, a complexidade irredutível é um indicador seguro de design. Um sistema bioquímico irredutivelmente complexo que Behe considera é o flagelo bacteriano. O flagelo é um motor rotor movido por um fluxo de ácidos com uma cauda tipo chicote (ou filamento) que gira entre 20.000 a 100.000 vezes por minuto e cujo movimento rotatório permite que a bactéria navegue através de seu ambiente aquoso.

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Referências:
1 - Michael Behe: “A Caixa Preta de Darwin”. Jorge Zahar Editor. Rio de Janeiro, 1997.

Diferenças entre Tedeísmo e Criacionismo

CRIACIONISMO

 1 - Houve uma súbita criação do universo, da energia e da vida ex-nihilo.

2 - As mutações e a seleção natural são insuficientes para realizar o desenvolvimento de todos os tipos de vida a partir de um único organismo.

3 - Mudanças dos tipos de animais e plantas originalmente criados ocorrem somente dentro de limites fixados.

4 - Há uma linhagem ancestral separada para humanos e primatas.

5 - A geologia pode ser explicada pelo catastrofismo, principalmente pela ocorrência de um dilúvio mundial.

6 - A Terra e os tipos de vida são relativamente recentes (na ordem de milhares ou dezenas de milhares de anos).


TEDEÍSMO

1 - A complexidade especificada e a complexidade irredutível são indicadores ou marcas seguras de design.

2 - Os sistemas biológicos exibem Complexidade Especificada e empregam subsistemas de Complexidade Irredutível.

3 -  Os mecanismos naturalistas ou causas não-dirigidas não são suficientes para explicar a origem da Complexidade Especificada ou Complexidade Irredutível.

4 - Por isso, o design inteligente é a melhor explicação para a origem da Complexidade Especificada e da Complexidade Irredutível em sistemas biológicos.


Para entender a Complexidade Especificada, de William Dembski


O texto abaixo foi extraído do blog: Desafiando a Nomenklatura Científica:

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A complexidade especificada, como Dembski a desenvolve na sua obra, incorpora cinco elementos importantes:

1 -  Uma versão probabilística de complexidade aplicável aos eventos: a probabilidade pode ser vista como uma forma de complexidade. Elas variam inversamente: quanto maior a complexidade, muito menor será a probabilidade. O termo complexidade em complexidade especificada refere-se à improbabilidade.

2 - Padrões condicionalmente independentes: os padrões que na presença de complexidade (ou improbabilidade) impliquem em ação de inteligência devem ser independentes do evento cujo design está em questão. O modo de caracterizar essa independência de padrões é através da noção probabilística de independência condicional. O termo especificada em complexidade especificada refere-se a tais padrões condicionalmente independentes - são as especificações.

3 - Recursos probabilísticos: são o número de oportunidades para um evento acontecer ou ser especificado. Um evento aparentemente improvável pode tornar-se bem provável assim que suficientes recursos probabilísticos sejam fatorados. Por outro lado, tal evento pode permanecer improvável mesmo após todos os recursos probabilísticos disponíveis tenham sido fatorados. Os recursos probabilísticos são replicadores (o número de oportunidades para um evento ocorrer) e especificadores (o número de oportunidades para especificar um evento). Para um evento de probabilidade ser razoavelmente atribuído ao acaso, o número não pode ser pequeno demais.

4 - Uma versão especificadora de complexidade aplicada aos padrões. Por serem padrões, as especificações exibem graus de complexidade variadas. Um grau de especificação de complexidade determina quantos recursos especificadores devem ser fatorados quando calculando o nível de improbabilidade necessária para excluir o acaso. Quanto mais complexo o padrão, mais recursos especificadores devem ser fatorados. Os matemáticos chamam a generalização disso de complexidade de Kolmogorov. A baixa complexidade especificadora é importante na detecção de design porque ela garante que um evento cujo design está em questão não foi simplesmente descrito após o fato e depois arrumado como se pudesse ser descrito como tendo ocorrido antes do fato.

5 - Um número limite de probabilidade universal. Os recursos probabilísticos vêm em quantidades limitadas no universo observável. Os cientistas calculam que haja em torno de 1080 de partículas elementares. As propriedades da matéria são tais que as transições de um estado para o outro não pode ocorrer muito mais rápido do que 1045 por segundo (o tempo de Planck, a menor de todas as unidades de tempo fisicamente significativa). O universo mesmo é um bilhão de vezes mais recente do que 1025 segundos (admitindo-se que o universo tenha entre 10 a 20 bilhões de anos). Se qualquer especificação de um evento ocorrendo no universo físico requer pelo menos uma partícula elementar para especificá-lo e que tal especificação não pode ser gerada mais rapidamente do que o tempo de Planck, então essas limitações cosmológicas implicam que o número total de eventos especificados através da história cósmica não pode exceder 1080 x 1045 x 1025 = 10150. Assim, qualquer evento especificado de probabilidade menor do que 1 em 10150 permanecerá improvável mesmo após todos os recursos probabilísticos concebíveis do universo visível tenham sido fatorados. Isto é, qualquer evento especificado tão improvável quanto esse jamais poderia ser atribuído ao acaso. Para algo exibir complexidade especificada significa que corresponde a um padrão condicionalmente independente (especificação) de baixa complexidade especificadora, mas onde o evento correspondente àquele padrão ele tem uma probabilidade menor do que o número limite de probabilidade universal (10150) e portanto tem alta complexidade probabilística. Emile Borel, matemático francês, propôs 1 em 1050 como um limite de probabilidade universal, abaixo do qual (10-50) o acaso pode ser definidamente excluído, i.e., qualquer evento específico tão improvável quanto esse nunca poderia ser atribuído ao acaso.

Para explicarmos algo, nós empregamos três amplos meios de explanação: acaso, necessidade e design. Como um critério para detectar design, a complexidade especificada nos capacita decidir qual desses meios de explanação é aplicável. Ela faz isso respondendo a três perguntas sobre a coisa que estamos tentando explicar: É contingente? É complexo(a)? É especificado(a). Dispondo essas perguntas seqüencialmente como nódulos de decisão num gráfico, nós podemos representar a complexidade especificada como um critério para detectar design: o chamado “Filtro Explanatório” de Dembski.


Assim, onde for possível existir corroboração empírica direta, o design intencional estará realmente presente sempre que a complexidade específica estiver presente.

Síntese teórica da Teoria do Design Inteligente (Tedeísmo)



1 – Complexidade Irredutível:
“Um sistema único composto de várias partes compatíveis, que interagem entre si e que contribuem para sua função básica, caso em que a remoção de uma das partes faria com que o sistema deixasse de funcionar de forma eficiente” (Behe, Zahar, 1977). Por exemplo, a  ratoeira, que tem por função apanhar ratos, de modo que, faltando-lhe uma das partes, perde-se esta função, ou melhor, ela deixa de cumprir a função para a qual fora planejada. 

2 – Complexidade especificada:
Padrões complexos específicos podem ser encontrados nos organismos, de modo que se torna possível quantificar a inferência de planejamento em termos do que William Dembski chama de "recursos probabilísticos" de um sistema. Nesse sistema pode-se concluir a impossibilidade de padrões complexos se desenvolverem  mediante um processo aleatório, como a seleção natural. Por exemplo: Uma sala com 100 macacos e 100 computadores podem, eventualmente, produzir algumas palavras ou mesmo uma frase inteira, porém, nunca poderá produzir um romance de Machado de Assis. 

É isso!


"Assinatura na Célula: O DNA e a Evidência de Design Inteligente"


Signature in the Cell: DNA and the Evidence for Intelligent Design

"Assinatura na Célula: O DNA e a Evidência de Design Inteligente"


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"Pouco depois de 1950, a ciência avançou até um ponto em que podia identificar as formas e propriedades de algumas moléculas que constituem os organismos vivos. Devagar, com muito trabalho, as estruturas de um número cada vez maior de moléculas biológicas foram elucidadas e, com o auxílio de incontáveis experimentos, inferida a maneira como funcionavam. Os resultados acumulados mostram com grande clareza que a vida se baseia em máquinas — máquinas compostas de moléculas! As máquinas molecu­lares transportam carga de um lugar na célula para outro, ao longo de "es­tradas" constituídas por outras moléculas, enquanto outras ainda agem co­mo cabos, cordas e polias que mantêm a forma da célula. Máquinas ligam e desligam comutadores celulares às vezes matando a célula, ou fazendo com que cresça. Máquinas a energia solar captam a energia dos fótons e a armazenam em elementos químicos. Máquinas elétricas permitem que a corrente flua pêlos nervos. Máquinas-ferramenta constroem outras máquinas moleculares, bem como outras iguais a si mesmas. Células nadam usando máquinas, copiam a si mesmas usando maquinaria, e com ela ingerem alimentos. Em suma, máquinas moleculares altamente sofisticadas controlam todos os processos celulares. Assim, os detalhes da vida são finamente calibrados e, a maquinaria da vida, de uma enorme complexidade."

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Fonte:
Michael Behe: “A Caixa Preta de Darwin”. Jorge Zahar Editor. Rio de Janeiro, 1997.

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

O Tedeísmo e a falácia da “Comunidade Científica”

 “Para a comunidade científica atual, o Design Inteligente não se estrutura pelos princípios do método científico”.

Esta frase, extraída do “vade mecum digital” dos devotos de Darwin, a Wikipédia, além de falaciosa, faz transparecer o que se conhece por “argumentum ad verecundiam”, expressão latina para designar o chamado “argumento de autoridade” ou “apelo à autoridade”.


FALÁCIA
É falácia pois se trata de uma generalização tendenciosamente enganosa, cujo intuito é passar a ideia de que há um grupo coeso de cientistas que determina o que é ciência e o que não pode ou não deve sê-lo. Ademais, ao fazer-se uso de tal expressão ignora-se que dentro desta mesma “comunidade científica” há uma boa parcela de pesquisadores de renome que simpatizam com o conceito de “Design Inteligente”, e os quais não estão presos ao dogma dominante da Academia científica atual. 

“Toda generalização é burra”, já dizia Nelson Rodrigues...

APELO À AUTORIDADE
Ao fazer-se uso desta expressão, apela-se de certa forma para o peso da autoridade, com o agravante de que se recorre não apenas a “uma pessoa”, mas a um “grupo de pessoas”, o qual, supostamente tem o poder absoluto para determinar o que deve ser aceito ou descartado do âmbito da ciência, como se esta fosse decidida por unanimidade acadêmica.

 “As grandes convivências estão a um milímetro do tédio”, já dizia o mesmo e genial Nelson Rodrigues...


É isso!

Vídeo: Viagem ao Interior da Célula


Design Inteligente: O Espetáculo da Vida

Livros Grátis sobre o Design Inteligente (Tedeísmo)

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quarta-feira, 7 de outubro de 2015

O Design Inteligente e o preconceito naturalista

Muitos cientistas questionam a validade da Teoria Sintética como explicação plausível de uma evolução vertical, embora não ponha em dúvida sua origem naturalista. Se esta teoria não pode explicar tal evento, deve haver outra que o faça. Para tais cientistas, a proposta do Design Inteligente não tem validade científica e, portanto, não pode explicar este fenômeno. Em uma entrevista realizada por Alan Boyle em junho de 2009, o físico britânico Paul Davies realça esta postura ao declarar: “O ponto fraco do Design Inteligente é que recorre a algo externo ao Universo como algo que deve ser aceito mas que não pode ser testado. Gostaria de  explicar o máximo possível do Universo, incluindo suas leis físicas favoráveis à vida, mas de uma forma que não  recorra a algo externo a ele”. E acrescenta:  “O problema de dizer ‘Deus fez isso’ é que Deus não tem sido explicado, de modo que se recorre a um Planejador inexplicável. Na verdade, isso não explica nada, mas apenas aponta para um problema. Contudo, dizer simplesmente que as leis da física explicam a existência da vida, também isso não explica coisa alguma”.

Este ponto de vista acerca da validade das propostas do Design Inteligente é compartilhado também por outros cientistas, os quais não admitem explicações além daquelas encontradas na própria natureza. Para tais cientistas o naturalismo metodológico é uma lei sagrada e, se ainda não se tem uma explicação naturalista adequada, esta virá mais tarde através das pesquisas. Além disso, dizer que a vida pode ser explicada por um agente inteligente desestimula os estudos, contrapondo ainda à metodologia científica vigente.

Tal assertiva não é outra coisa senão uma visão tendenciosa que se tornou consensual no âmbito científico atual, cujo objetivo é o de anular qualquer outra explicação que não se enquadre nos ditames naturalistas.  Ou seja: embora não haja, a priori, nenhuma razão para se excluir a possibilidade de um agente inteligente no processo que originou a vida, é dito simplesmente que "em princípio, a ciência não deve utilizá-lo, seja verdadeiro ou não". No fundo, a questão deixa o campo da ciência e penetra na esfera da ideologia.

Fenômeno semelhante ocorreu em outros tempos com a teoria do flogisto (ou flogístico), a qual durante mais de um século fascinou uma turba enorme de cientistas, que não aceitavam qualquer outra explicação  além daquelas que alimentavam seus preconceitos. Contudo,  com as pesquisas de Antoine Lavoisier, este paradigma principiou a ruir, desmoronando definitivamente com a descoberta  do oxigênio  por Joseph Priestley, em 1774.

A ciência não pode ficar restrita exclusivamente  a um paradigma só pelo fato de ser ele o mais “elegante” ou o mais “aceito pela unanimidade acadêmica”. O fato de não ser possível estudar um cometa que supostamente se chocou com a terra há milhões de anos, não implica em que não se possa observar seus efeitos sobre a Terra moderna. De forma análoga, pode-se  observar os efeitos que um planejador produziu sobre a vida, não obstante nada sabermos acerca dele. De resto, é muito preconceito e pouca ciência!


É isso!

terça-feira, 29 de setembro de 2015

Deus e o Design Inteligente

A assertiva de que a vida e, em geral, o cosmo, foram planejados por um agente inteligente, pode confundir a mente do homem contemporâneo, educado desde a infância na crença de que tudo é o simples resultado de leis naturais, quanto mais se levarmos em conta que o desenvolvimento da ciência nas últimas décadas avançou consideravelmente nesta direção. Tal qual na Idade Média, quando as pessoas tiveram que se acostumar com a ideia de que a Terra girava em redor do Sol, não obstante a total ignorância acerca dos movimentos de rotação e translação, assim também se dará no século XXI em relação ao conceito de Design Inteligente ligado à vida e ao Universo.

Algo distinto dar-se com a natureza do Planejador. Aqui não existe consenso. Diante da pergunta: “qual divindade é mais compatível com o Design Inteligente?” (Tedeísmo), há de se responder que NENHUMA. Por sua própria essência de lidar com dados empíricos, essa Teoria não especula acerca dos atributos do Planejador. Em vez disso, ela apenas busca encontrar indícios de um “plano” (ou design) na Natureza, em que se inclui a própria vida.

Aos que acreditam no Deus da Bíblia, parece simples associá-lo com a ideia de um Planejador Inteligente. Contudo, para aquém da concepção religiosa judaico-cristã, encontramos muitos outros conceitos acerca deste intrincado assunto. Por exemplo, há aqueles que sustentam que a vida e o que a ela se relaciona tem sua origem em seres extraterrestres (ou alienígenas); alguns defendem a existência de um enigmático princípio auto-organizador no Universo; outros argumentam que os seres vivos são inteligentes por si mesmos, entendendo que a biosfera como um todo (Gaia, a deusa Terra) atuou com sua própria inteligência num único organismo etc. Todas essas possibilidades podem estar relacionadas entre si. Seja como for, o certo é que a ciência não tem a última palavra sobre a questão, cabendo a ela ceder às explicações da Teologia ou às especulações da Filosofia.

Um dos famosos descobridores da estrutura do DNA, o doutor Francis Crick, propôs sua conhecida teoria da panspermia. Em sua opinião, a vida havia sido semeada na Terra por obra de alguma civilização inteligente oriunda do espaço exterior. Embora tal enunciado não resolva o problema da origem da referida e hipotética civilização, ainda assim assume parte das premissas fundamentais do Tedeísmo. Isto é, que a vida exibe um “design” ainda que este não se mostre perfeito.

Crick abre assim a porta para a possibilidade de planejadores inteligentes, porém sujeitos a falhas e erros. Alienígenas do espaço que não necessitam ser moralmente superiores aos homens. Exportadores de uma sofisticada tecnologia que respondam às motivações altruístas ou até mesmo egoístas. Ninguém sabe. Em poucas palavras, a panspermia substitui o conceito de um Deus uno por múltiplos deuses menores, os quais podem equivocar-se, uma vez que as coisas não se sucedem conforme planejam.

Esta ideia de panspermia está firmada sobre areia movediça. Carece de evidência científica e apela para algo que não é suscetível de investigação: uns seres inteligentes que surgiram há muito tempo numa galáxia desconhecida e muito distante. A hipótese se converte, pois, num verdadeiro milagre. É como se Crick estivesse afirmando que “a origem da vida na Terra foi um estrondoso milagre”. A questão, porém, extrapola completamente a esfera da ciência. Ao fim de tudo, seria o equivalente a afirmativa religiosa do milagre bíblico da criação.

No entanto, se não foram os extraterrestres, que outro Planejador se enquadraria na Teoria Tedeísta?

Pelo fato de o Tedeísmo nada dizer acerca da natureza (ou atributo) do Planejador, muitos criacionistas, e a maioria dos evolucionistas cristãos, vê com maus olhos o tipo de Deus que se apresenta. Uns porque creem que ele não se identifica com o Criador relatado no Gênesis; outros por acreditar que o Planejador Inteligente nada mais seria do que o tal “deus da lacuna”.

Alguns adeptos do Criacionismo da Terra Jovem, não todos obviamente, criticam o Tedeísmo por este não interpretar literalmente o livro de Gênesis e, portanto, de não acatar com as Escrituras e nada dizer acerca do Deus bíblico, recusando a dar-lhe a glória merecida. Para estes, o Tedeísmo não é o “Criacionismo camuflado” como acreditam muitos darwinistas, mas sim uma espécie de “gaveta de alfaiate” onde cabem todas as concepções de divindade. Por sua vez, alguns teólogos defensores do Evolucionismo Teísta recusam aceitar o Tedeísmo como uma premissa científica pelo fato de verem inserido nele o que denominam de “o deus da lacuna”. Ou seja, acreditam que os proponentes do Tedeísmo apenas veem “design” na natureza em áreas as quais a ciência ainda não penetrou profundamente. Uma ideia perigosa, dizem, pois à medida que o conhecimento científico avança, Deus retrocede. É como se a crença em Deus tivesse como única causa a ignorância humana. Mas, o que há de verdadeiro em tudo isso?

Faz-se necessário ressaltar, porém, que nem todos os criacionistas da “Terra Jovem” e menos ainda os da “Terra Antiga” discordam dos pontos de vista do Tedeísmo. Muitos deles reconhecem que nem sempre a Bíblia deve ser interpretada literalmente e apoia o Design Inteligente como um acontecimento fundamental na Natureza. Convém lembrar, mais uma vez, que a TDI, como toda teoria empírica, não pode dizer absolutamente nada acerca de um Planejador que não pode ser testado, mas apenas que atuou de forma inteligente deixando os sinais de inteligência entre os seres vivos, na Natureza.

Quanto ao argumento do “deus da lacuna”, com o qual os cristãos evolucionistas atacam o Tedeísmo, parece demasiadamente equivocado. Não é que os pesquisadores tedeístas vejam “design inteligente” em determinadas estruturas irredutivelmente complexas porque estas têm sido pouco estudadas e por serem praticamente desconhecidas pela ciência. É exatamente o contrário. O que motiva os cientistas a ponderar acerca de um agente inteligente é o grande conhecimento que possuem acerca destas tais estruturas e pelas descobertas que lograram neste âmbito. Em síntese: não é o que não sabem, mas o que sabem.

Darwin e seus contemporâneos, ao observar uma célula com seus microscópios rudimentares, não podiam conceber um design real nesta mesma célula, uma vez que viam simples esferas de gelatina rodeada de um pequeno núcleo obscuro. Nada além. Contudo, é precisamente o elevado grau de informação e sofisticação bioquímica das estruturas celulares, descoberto pelos potentíssimos microscópios eletrônicos atuais, que tornou factível e possível a Teoria do Design Inteligente. Não se está aqui apelando ao “deus da lacuna”. O que se afirma com isso é que a ação inteligente de um agente inteligente pode ser detectada da mesma maneira como faz um programador que manipula informações e cria um software com finalidades específicas. Os sistemas biológicos manifestam os sinais distintivos dos sistemas desenhados inteligentemente. Possuem características que, em qualquer outra área da experiência humana, ativaram o reconhecimento de uma causa inteligente. Segundo o Tedeísmo, os seres vivos, muito mais do que fruto do caso, é resultado de decisões sabiamente precisas.

Finalizo, pois, com uma questão que me parece relevante. Muitos creem que o design na natureza, para ser legítimo, deveria ser igualmente perfeito, benéfico ou, quanto menos, inofensivo. Porém, a realidade é que as coisas nem sempre se sucedem assim. O cosmo em que vivemos atualmente é limitado, finito, mutável e submetido à lei física da entropia. Se não se aplica energia extra, o grau de desordem em vez de diminuir, só aumenta. Por fim, aos seres vivos sobrevém a morte. Portanto, resulta bastante improvável que o design real supere todos os inconvenientes ou satisfaça todos os gostos, bem como as necessidades de um mundo nessas condições.

Parece um equívoco a afirmação de que: “o design para ser design tem de ser perfeito”. Ora, porventura existem designs imperfeitos?

Uns dos organismos que fazia com que Darwin duvidasse da existência de um Deus bondoso eram as vespas, mais especificamente as pequenas vespas do grupo dos icneumônidos (Ichneumon ), que tem o hábito de botar seus ovos dentro dos corpos vivos de lagartas e outros insetos. Desta forma, quando as larvas dos Ichneumon as vespas tem à sua disposição alimento fresco: o corpo de seus desafortunados hospedeiros, as lagartas, que são deglutidas vivas.

William Dembski, um dos principais proponentes do Tedeísmo escreveu: “A natureza é um emaranhado complexo. Não é o mundo feliz de William Paley, em que reina a harmonia e o equilíbrio. Não é também o mundo darwinista, caracterizado por uma natureza vermelha de sangue nos dentes e nas garras. A Natureza contém desenho maligno, desenho mal construído e desenhos esquisitos. A ciência deve começar a aceitar o desenho como tal e não depreciá-lo” (Dembski, W. No Free Lunch, Rowman y Littlefield, Lanham, 2002, p. 16.).

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Tradução: Iba Mendes

* Traduzido livremente de: “Dios y el Diseño Inteligente”, de Antonio Cruz Suarez, disponível em: www.darwinodi.com